Cidadania Autônoma



CIDADANIA AUTÔNOMA ANTE A INFLUÊNCIA POLÍTICA

O critério técnico e a via oficial, regulamentada em lei, devem ser os caminhos a serem trilhados em todas as relações com os poderes públicos.

As descobertas científicas, o conhecimento, na prática, estão nos critérios técnicos. São os caminhos testados e aprovados do acerto.

Já os conceitos de prestígio, de influência, facilmente distorcem a realidade. Além disso, uma Sociedade Democrática se constrói com base na Igualdade. O cidadão comum só conta com a via oficial. Então é este caminho que esta comunidade pretende valorizar, "prestigiar", na busca, inclusive, da Igualdade.

Por exemplo, está sendo proposto que uma unidade policial seja montada anexa à Central de Acolhimento. Para atendimento dos bairros próximos e de algumas demandas internas de segurança e informação sobre conduta.

Se esta necessidade se confirmar, este pedido deverá ser formulado tecnicamente. Primeiro, procurar saber da própria secretaria oficial em questão se existe um trâmite estabelecido para que a população possa encaminhar um pedido desse tipo. Deve-se então expor os motivos, a localização da Central de Acolhimento, das unidades policiais mais próximas, as demandas. Dados sobre a população, acessibilidade e tudo mais que possa ser pertinente. O pedido é então endereçado à autoridade competente e o protocolo arquivado. Dentro dos prazos estipulados procura-se a resposta.

JUSTIFICATIVA

O Poder Público nunca vai funcionar melhor se o critério político prevalecer sempre.

A argumentação técnica traduz o que é melhor para a população. Por isso, esta comunidade deve fazer valer a lógica em sua atuação. Se isso não existe na prática, a presença desta comunidade vem também no sentido de dar vez à valorização e à instrumentação das instâncias de planejamento técnico. Isso pode ser transformador, aumentando as chances de continuidade dos investimentos.

Cabe observar o que acontece quando muda um adminstrador público em qualquer nível. A população fica na expectativa de saber o que aquele prefeito ou governador vai "inventar". Ao que parece, isso não se repete em nenhum outro plano administrativo. Nas empresas, por exemplo, o planejamento e a previsibilidade das ações são mais estáveis. Têm uma dinâmica mais lógica, estabelecida por parâmetros TÉCNICOS. Os erros ocorrem mais por falhas na interpretação técnica ou nos parâmetros escolhidos inadequadamente. Falta, então, aperfeiçoar a técnica.

Além da inconveniência lógica, de tentar conseguir coisas cuja real necessidade não foi avaliada lucidamente, a ação pela influência política carrega vícios históricos. O engajamento político nessas situações equivale a aceitar ser um elo de uma corrente onde favores podem se transformam em valores, encontrando ao longo a corrupção. A gangorra do poder é outro risco que também pode inverter, em pouco tempo, as vantagens (?) conquistadas.

Ademais, como cidadãos, contribuintes, todos têm direitos assegurados na lei. Não há porque se envolver numa ciranda partidária para conseguir o que os dados técnicos demonstram ser necessário e de direito. Se for o caso, o Ministério Público é uma via a ser acessada.

Como tudo que vai ser feito por esta comunidade será publico e transparente, é claro que as pessoas que têm cargos políticos poderão tomar conhecimento, como qualquer outro cidadão. E, se no rumo de suas atividades quiserem agir, contra ou a favor, que o façam.

A proposta é que a comunidade receba também os políticos com toda a atenção, para esclarecer o que quiserem. Merecem todo respeito como representantes legítimos do povo, eleitos democraticamente. Eles têm um papel fundamental na condução pacífica da convivência social. Porém, o que esta comunidade terá a compartilhar com eles, serão sempre informações técnicas.

Quando a via de solução for necessariamente uma instância do Poder Legislativo, o caminho a ser adotado será o contato formal com as lideranças de cada partido, ou com todos os membros da respectiva casa de leis ou qualquer outra forma que revele total apartidarismo.