A IMEDIATA AÇÃO SOCIAL ANTE A IMOBILIZAÇÃO PATRIMONIAL
A idéia é favorecer a constituição de grandes ativos intangíveis: a transparência, a credibilidade, o padrão de responsabilidade, o histórico de serviços prestados.
No entanto, a formação de ativos fixos seria a última opção.
É comum ver entidades fazendo grandes campanhas para comprar terreno, ou veículo, construir séde. Porém, na ponta do lápis, nem sempre esta é a opção mais adequada. Em muitos casos, essas imobilizações se tornam passivos onerosos ao longo do tempo. Com a deterioração vão exigindo consertos, gastos significativos. No caso de veículos, por exemplo, isso se repete.
A proposta é racionalizar e compartilhar ao máximo cada recurso.
Sempre que for possível conseguir o serviço, através do aluguel mais em conta de um imóvel, da cessão de veículos para os horários planejados, é importante apurar se existe, de fato, uma vantagem em comprar para uso exclusivo.
Assim, os recursos que entrarem serão cada vez mais destinados à prestação de serviço, à ação direta em favor dos assistidos.
É claro que isso sempre terá que ser avaliado caso a caso.
AVAL ESPECIAL
O prestígio de determinada pessoa ou empresa pode ter um valor expressivo para uma entidade, sem representar ônus para o doador. Trata-se de uma estratégia - que precisaria de confirmação jurídica - para viabilizar projetos sem exigir investimentos em grandes ativos.
A idéia é elaborar contratos de locação que contariam com um aval especial de alguma pessoa, física ou jurídica, com muito prestígio na praça. Este aval garantiria a devolução do imóvel em ótimo estado de conservação, eventualmente com algumas melhorias.
Para o locador seria uma alternativa nos casos de proprietários de grandes imóveis residenciais, mesmo em áreas valorizadas. Hoje são várias mansões, em bairros nobres, desocupadas por um longo período de tempo. Afinal é difícil encontrar alguém em condições de suportar mensalmente aquele valor de aluguel. Enquanto isso, o imóvel vai se deteriorando, muitas vezes exigindo vigilância cara. Mediante um aval muito seguro, este proprietário poderia locar o referido imóvel para uma instituição. Uma creche, por exemplo, um abrigo para idosos ou outro serviço social que pudesse ser estabelecido naquele local. A locação seria, contratualmente, no valor de mercado. O valor efetivamente cobrado seria muito menor e a diferença, lançada como contribuição do proprietário, possivelmente dedutível, em alguns casos, de imposto. O proprietário ganharia ainda com a manutenção do imóvel, com a segurança de um aval forte e a perspectiva de ver algumas melhorias implantadas.
Esta seria uma forma de fazer valer a opção de imediato serviço ante a imobilização patrimonial.
COOPERATIVA DE MÃES
A necessidade de creches em Campinas é hoje um compromisso praticamente inalcançável para o Poder Público. São milhares e milhares de crianças que aguardam vagas para que as mães possam retornar às suas atividades profissionais ou sair em busca de um emprego. O juiz da Vara da Infância e Adolescência é categórico ao exigir o cumprimento de uma determinação constitucional para o Executivo na esfera municipal: a cidade vai ter que criar vagas para todas as crianças na faixa etária em questão.
A sugestão ora apresentada pretende ser uma alternativa para o atendimento, principalmente, de famílias que têm um ou dois filhos. A Cooperativa de mães vai oferecer um grande espaço para que as mães, que ainda não têm emprego, tragam seus filhos.
Sob a orientação de uma pequena equipe profissional qualificada e com o apoio de uma ou outra funcionária contratada, as próprias mães cuidariam de seus filhos na cooperativa. Fariam uma rotatividade nas funções diárias, como limpeza, cozinha, acompanhamento do grupo de crianças em recreação, banho e ainda dedicariam um tempo à execução de algumas tarefas com potencial para geração de renda. Algo como fazer pães caseiros, marmitex, crouche, tricot, costura, passar roupa, montagem de bijouterias, artesanato, digitação de textos em computador e muitas outras. Desta forma iriam também ganhar habilidades que seriam úteis por muito tempo.
A equipe profissional não seria exclusiva de uma cooperativa de mães, devendo supervisionar o maior número possível dessas cooperativas, pelo menos dia sim, dia não.
Seria ainda o espaço para aulas de puericultura, orientação familiar, participação e acompanhamento escolar, prevenção contra as drogas e outras atividades educativas de abrangência familiar.
Após o período em que as crianças estão em idade de creche, as mães poderiam dar continuidade às cooperativas de mão de obra, empreendendo nos ramos em que demonstrarem maior interesse e retorno comercial/ocupacional. Alternativamente, essas cooperativas de mão de obra poderiam ser espaços para mães de adolescentes, oferecendo atividades, desta feita, para a nova faixa etária dos filhos.
Talvez já existam iniciativas semelhantes implantadas. Se for o caso, seria interessante buscar informações com grupos que já tenham experiência.