QUALQUER SEMELHANÇA....

A idéia de praticar a transparência na forma mais ampla possível, passou a fazer parte desta proposta pelo menos a partir do ano de 2005, se não antes. Disponibilização das contas pela Internet, publicação de todos os valores doados, rastreamento do uso e a busca permanente de novas formas de dar conhecimento à população da movimentação de recursos, inicialmente foram tratados aqui pelo termo "transparência total".

No início do ano de 2007 tentei enunciar mais objetivamente a prática que pretendia propor no trato dos recursos que a Sociedade doasse para as entidades ligadas a esta comunidade. Foi então que me ocorreu o termo "Transparência Ativa", dado à atitude pró-ativa que as entidades que recebem doações passariam a ter, na busca do esclarecimento público.

Dias depois, resolvi pesquisar pelo Google se este termo já teria sido utilizado por alguém antes. E cheguei a um texto, em português, citando a iniciativa do Governo do Chile em determinar a "Transparência Ativa" nos órgão da administração federal daquele país. Pelo link apresentado no texto, entrei na página do Governo do Chile (www.gobiernodechile.cl ) e ví que o termo já havia sido usado lá no final do ano de 2006, portanto, antes de me ocorrer pela primeira vez. Lá, no entanto, a referência feita a "Transparência Ativa" que encontrei era somente a publicação de contas pelas páginas oficiais dos órgãos públicos.

Mais recentemente, na mesma página governamental, encontrei vários avanços neste sentido. Em Janeiro deste ano de 2008, foi publicado o "Manual de Transparencia y Probidade de la Administración del Estado", aprofundando, em 176 páginas, detalhes de procedimentos que garantam a transparência na administração. Algo que vale ser conhecido.

Quero esclarecer então que, antes que eu pensasse em utilizar o termo "Transparência Ativa" ele já havia sido criado para designar um comportamento semelhante. Porém eu não tinha conhecimento disso.

No entanto, identifico uma diferença, até natural, entre o conceito que tentei formular e o trabalho desenvolvido pelo Governo Chileno. De forma extensa e juridicamente embasada, o manual oficial descreve um amplo conjunto de regras, o que é inevitável em se tratando de uma organização em nível de Estado. Já a presente proposta é de um permanente aguçamento da imaginação, para descobrir formas mais claras, simples e até curiosas, para atrair o público à "intimidade" dos atos da administração. Daí a associação à atitude "pró-ativa", de onde tirei a denominação. Por este motivo, se for o caso, pode-se adotar "transparência pró-ativa" para designar o conceito aqui proposto.

Faço este esclarecimento em respeito a quem divulgou e concebeu antes o termo, para que não se surpreenda em vê-lo citado sem a devida referência à autoria do termo.

A forma como o novo conceito está apresentado aqui, pretende abrir a idéia para que seja adaptada e adotada, no seu conceito mais amplo, também em empresas. Onde as questões orçamentárias, por se tratar de empreendimentos privados, perdem importância para as questões técnicas de produção, de grande interesse para os consumidores.