SEM SEGREDOS

Transparência ativa ou Transparência pró-ativa(*) é a condição de transparência baseada na atitude pró-ativa de expor, de forma cada vez mais clara e ampla, todas as práticas relacionadas à produção e fornecimento de determinado bem ou serviço, em seu padrão de qualidade, e respectivos agregados de garantia e segurança.
Difere, portanto, do que pode ser entendido por "transparência reativa", que exige dos interessados a atitude de procurar, entre um conjunto limitado de informações disponíveis, até conseguir a reação da organização no sentido de confirmar a suposta lisura.

FISCALIZAÇÃO PERMANENTE

Uma entidade que recebe doações precisa estar disposta a abrir todo o movimento contábil on line, via Internet, além de receber - atenciosamente, conforme um programa interno de atendimento - interessados em fiscalizar pessoalmente. No caso desta comunidade, um sistema eletrônico deve permitir o rastreamento do efetivo uso de qualquer contribuição material que uma entidade filiada receba. A entidade deve ter também compromisso com uma metodologia científica de atendimento dos beneficiados. Por exemplo, uma entidade que atende crianças precisa ter um projeto pedagógico, etc.
É uma espécie de "contrato aberto" com a Sociedade, onde são selados compromissos públicos de eficiência, eficácia e transparência. Desta forma fica muito fácil caracterizar um autêntico investimento social a partir de uma doação, feita de forma muito prática, podendo constar no balanço social do doador.
Para doações de móveis ou roupas, uma Central de Donativos vai dar a máxima moralidade e o melhor aproveitamento para as doações. Para tanto, será feita uma triagem inicial, classificando cada produto quanto às condições de uso. E algumas doações serão apresentadas em pregão eletrônico, tipo "Mercado Livre", para reverter fundos à entidade beneficiada.

UM NOVO PACTO

Assim, esta comunidade pretende aproximar a parte da Sociedade que precisa de apoio, da parte que pode contribuir. Mas de uma forma diferente.
É um novo pacto.
Inteiramente baseado em transparência e credibilidade.
As entidades vão implantar ou reafirmar um modelo de gestão estabelecido em metas claras, em projetos. Tudo dentro de padrões de qualidade. É um contrato aberto com a Sociedade.
Os carentes que não estão ligados a entidades terão também a oportunidade de se encaixar neste pacto, desde que revelem interesse em formular um projeto de vida, visando a ascenção pessoal. Para isso vão contar, inicialmente, com a Central de Acolhimento.
Do outro lado, a Sociedade, as pessoas em geral, vão poder fazer doações para sustentar os propósitos dessas entidades, dentro dos termos pactuados. Como esses termos não incluem a abordagem direta - que é pedir direta e pessoalmente a doação - as pessoas que quiserem colaborar vão ter que tomar a iniciativa de ajudar. Primeiro vão se informar (o que poderá passar a ser feito também através do portal a ser construído a partir desta página). E então vão decidir, de forma consciente, se vão participar e como vão participar desta comunidade de investimento social.

A PRÁTICA DA TRANSPARÊNCIA ATIVA DEVE SER A CONDIÇÃO SUSTENTADORA DESTA PROPOSTA

Eis a principal razão de ser desta proposta: a absoluta transparência! Na prática, é a transparência ativa (ou pró-ativa). Esta lógica pode ser identificada em tudo que está apresentado aqui. A começar pela "e-contabilidade" ou "net-contabilidade", completamente aberta na Rede. Além das novas formas que podem surgir para explicitar inquestionavelmente a lisura e a competência presentes em todas as atividades de cada entidade que vier a aderir.
No Terceiro Setor, esta condição de transparência deve ser decisiva. Porque o risco de desvirtuamento pode ser maior.
A idéia de que "o bem" surge em meio a uma atmosfera que santifica tudo que nela esta imerso, pode abrir espaço para as más intenções. O clima de confiança, como parte confortável desta atmosfera, torna constrangedor pedir uma prestação de contas. Porém, é justamente ao Terceiro Setor que está reservado o importante papel de criar um novo paradigma na gestão de recursos públicos. Sim, públicos, embora não-governamentais.
É necessário identificar esta realidade com clareza. O desembolso que é espontâneo, que não é imposto, mas é destinado ao bem comum, é dinheiro público! Porque vem do público com o fim de servir ao bem público. Não paga um conforto ou gosto pessoal nem é desembolsado com a expectativa de retorno financeiro. Exige, portanto, zêlo e, como tal, absoluta transparência. Se assim não for, será preferível que não se mantenha, que não se sustente ao longo do tempo. Daí o apelido de "transparência sustentadora". A transparência que também vem no sentido da vida, do fluxo vital, como forma de racionalizar recursos destinados ao bem comum.